sexta-feira, 17 de agosto de 2012
MUNDO INTERIOR
MUNDO INTERIOR
Pus-me a relatar do
Mundo a História
Bradar, como em verso,
glória e vanglória
Crônicas dos tempos,
obras e dias
Das forças, dos
ventos, suas energias
Contar-lhe a remota
origem, memória
Matéria, espírito, em
epifanias
Propus-me escrever das
eras as guerras
Notar os feitos em
todas as terras
Bem exporia a perversão
das nações
O degladiar dos heróis
vencedores
O cetro pesado dos
opressores
Narrativas de variadas
versões
De Deus e do cosmo as
leis, e dos homens
Numerar os pecados e
virtudes
As mais ímpias e belas
atitudes
Amores e ódios de todas
as ordens
Também fortuna e
degenerescência
A vontade de viver e
potência
Trazer à pena a queda
da grandeza
Historiar o fim de Roma
e Babel
O tornar-se em
hediondez da beleza
E o destino do mártir
e do infiel
O pesado Juízo do
veraz Juiz
Bem-aventurança, ou
pena infeliz
Achei mundo que se
mostrava assim
Um só, mesmo mundo
d'Abel e Caim
Achei na alma fantasmas
e clamores
Entranhoso interno
algar, catacumba
De primitivo homem a
sacral tumba
Caverna de desenhos
incolores
Pátria erma e seca,
brutal e violenta
Achei-a no íntimo
desta alma sedenta
(G. M. Brasilino)
(G. M. Brasilino)
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