domingo, 20 de outubro de 2013

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BALADA DOS TRÊS AMORES

Em terra e céus, na imensidão mais vasta,
Amor a tudo toca e simboliza,
Que de imaginações se faz ou gasta,
Que cria para si qual por si visa.
Amor, que não se cala, e nada basta,
E cuja voz é qual clangor e brado,
Que aos seus e terra move, e a tudo arrasta:
O amar em que o amar se quer amado.

E se de dores, de lamentação,
Cercado vê-se o Amor, como não raro,
Jamais se encontrará na multidão
Como se encontra o Amor no que lhe é caro,
Em quem o sim é sim e o não é não,
E num mesmo horizonte, lado a lado,
Faz-se toda intensão uma intenção.
O amor em que o que ama é como o amado.

Amor, a mais difícil e verdadeira
Vocação e chamado transcendente,
Em que alma espedaçada faz-se inteira.
Então contempla e acha e vê e sente
Que só o Amor é real, que à sua maneira
Exige tudo a quem já tem legado,
No encontro à coisa Última e à Primeira:
No amar em que me faço o ser amado.

ENVOI
A ti, Verdade, a balada se canta.
A ti, Querer, o canto aqui entoado.
A ti, Rever, então, no que me encanta.
A ti, Saudade, em quem me rendo amado.

(G. M. Brasilino)

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