terça-feira, 29 de janeiro de 2013

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ELEGIA DA CIDADE SOLITÁRIA

De lamentar a cidade perdida
De se perder no mais amargo canto,
De inda cantar que já cessou sua vida
E de viver, sem viver, nesse pranto
Chora e lamenta sem consolação,
Inda que espere, que encontre esperança
Inda que espere, pois seu peito cansa
Inda que espere, mas como que em vão

Quando sibilam os silvos sagrados
No santuário onde o silêncio mora
Quando facejam labéu degredados
E enforcados são prínc'pes d'outrora
Ante o flagelo: mulheres, crianças
Cessa do mundo a paz, e s'encerra
Todo seu gozo, bem cessam suas danças
Cessa a alegria, cessa em toda terra

Alça sua voz, pelas ruas, em rogo
Aos céus e aos homens, que pare rogando,
Queimando os ossos da cidade o fogo,
Queima a cidade o vil fogo, quando
Vem sobre as portas suas desolação
Mas nada muda, sem fim é a tristeza
Mas nada muda, é o fim da beleza
Mas nada muda, é o fim de Sião

(G. M. Brasilino)

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